sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Educação pública está longe da meta


Por Gideão de Almeida 
Da editoria Educação e Cultura

O ensino básico do Brasil vem sendo bastante questionado quanto à qualidade e eficiência. Avaliações realizadas em 2011, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Inep), mostram que cerca de 5% dos alunos apresentam desempenho classificado em "adequado". Ainda ao longo dos últimos anos, esse desempenho vem caindo em função, exclusivamente, do desempenho dos alunos das escolas públicas. Uma pesquisa feita pela ONG Todos pela Educação, em maio 2012, revelou a deficiência da qualidade no ensino público nas capitais brasileiras. Das 27 cidades pesquisadas, incluindo o Distrito Federal, somente cinco instituições obtiveram as metas estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC).

Nos últimos anos, houve significativas diferenças nos resultados das avaliações em favor dos estudantes brasileiros de escolas privadas – quando comparados aos de escolas públicas (baseados no Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb). Os resultados mostram que há grandes diferenças de eficiência entre os colégios privados e públicos. Os colégios privados obtiveram eficiência máxima e os colégios públicos obtiveram eficiência de 0,901. Hoje, no Brasil, 61% dos alunos do 5º ano não conseguem interpretar textos simples. 60% dos alunos do 9º ano não interpretam textos dissertativos. 65% dos alunos do 5º ano não dominam o cálculo, 60% dos alunos do 9º ano não sabem realizar cálculos de porcentagem. A região nordeste concentra os números mais baixos do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos finais do ensino fundamental. A média na região é de 3,5 pontos. O Ideb do Pará cresceu de 3,4 para 3,7, mais ficou abaixo da meta de 3,8 pontos. Em cidades mais desenvolvidas, como Rio de janeiro e São Paulo, o nível intelectual dos alunos na disciplina de Português chegou a cair. O resultado é um só para toda a rede pública.

Os alunos avaliados nessa pesquisa são da 4ª e 8ª série do ensino fundamental. No segundo grupo, os da 8ª série, os resultados são frustrantes, mostrando que somente um quinto desses alunos aprendeu o que foi ensinado, mesmo tendo notas suficientes para passar de ano. Muitos alunos que estão alfabetizados não conseguem expor o que pensam em uma folha de papel, ou até mesmo assinar o próprio nome. 

Para o professor Mariano Farias, da rede pública, o modelo de estudo brasileiro só mostra o quanto a educação precisa de melhorias, pois as estatísticas que são mostradas estão fora da realidade de uma educação padronizada. “A educação precisa ser levada a sério por representantes que queiram ver altos índices de aprendizagem, dando infraestrutura aos professores, adequação aos alunos e melhorias na capacitação de novos professores”, disse.

O diretor de uma grande escola privada em Icoaraci, Antônio Flávio, oferece aos alunos uma educação de qualidade, em excelente espaço físico, dotado de salas climatizadas e confortáveis, trabalhando com avançada metodologia de ensino, utilizando recursos tecnológicos ao processo de ensino-aprendizagem, tornando as aulas mais dinâmicas e interessantes. Nos cinco últimos anos, o colégio foi considerado padrão em Icoaraci, em pesquisa realizada pelo jornal "O Estado". “O Brasil atingirá um potencial em educação quando todos se empenharem por estabelecer metas e mostrar mais competitividade para o acesso às universidades, exigindo comprometimento dos pais, empresários, autoridades e professores. Todos têm de se empenhar para cobrar do governo mudanças no método de ensino público do nosso país”, finalizou.

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