quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Belém: galeria a céu aberto

RATINHAS CREW. Avenida José Malcher. Foto: Ingrid Souza
Por Marco Aurélio Gomes
Da editoria Educação e Cultura

Não é de hoje que o homem se expressa usando uma parede, um pincel na mão e uma ideia na cabeça. O grafitar vinha sendo ensaiado desde a pré-história nas pinturas rupestres, passando pelos grafites de Pompéia - na época do império romano -, seguido pelo movimento de contracultura parisiense, com seus muros gritado "interdit d'interdire" (proibido proibir), até desembocar no ambiente urbano de Nova Iorque e se configurar como o grafitti conhecido atualmente.

Com uma estreita relação com os movimentos hip hop, o grafite tem, na origem, a mesma essência e surgiu como mais uma expressão estética de insatisfação social, sendo elevado à categoria de street art graças ao grafiteiro novaiorquino Jean Michel Basquiat. O grafite vem reformulando os conceitos e hoje conquista o status de expressão artística. Entretanto, mesmo sendo mais complexo e elaborado, ainda é equivocadamente confundido com a pichação e, por isso, marginalizado.

ESCÁRNIO SOCIAL CREW.
Avenida Almirante Tamandaré.
Foto: Marco Aurelio Gomes
 Em Belém, iniciativas de grupos de artistas, como o Cosp Tinta Crew, Explosão Crew, Ratinhas Crew, Metal Art Studio e a artista visual Drika Chagas, permitiram a aproximação da grafitagem a uma linguagem poética, buscando inspiração no caos da vida urbana para produzir obras que se integram à paisagem, refletindo as mudanças da cidade. Isso ajuda a consolidar o grafite como manifestação artística tão importante quanto a fotografia, pintura, performance e afins.

Galeria - O spray apaga o abandono e dá nova cara à cidade. É o que se percebe em vários muros, prédios e espaços abandonados, sujos e poluídos por pichações, que passam pela intervenção dos artistas urbanos e ganham um colorido diferente, como na esquina da travessa Castelo Branco, antes de chegar à avenida José Malcher, no bairro de São Brás.


Muitos outros pontos servem de galeria para que os grafiteiros paraenses demonstrem a sua arte: rua Gaspar Viana, bairro do Reduto; muro do colégio Pinto Marques, na avenida José Malcher; avenida Nazaré; muro da Rede Celpa; e na esquina da avenida Portugal com a Boulevard Castilhos França.

METAL ART STUDIO. Avenida Nazaré.
Foto: Ingrid Souza

 

COSP TINTA CREW. Rua castelo Branco.
Foto: Ingrid Souza


ESC CREW. Avenida José Malcher.
Foto: Ingrid Souza

ESCÁRNIO SOCIAL CREW2.
Avenida Almirante Tamandaré.
Foto: Marco Aurelio Gomes


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